Bonnie James

REGISTRO

HISTÓRIA

Bonnie nasceu em berço de ouro, sempre rodeada de mimos e carinhos. Seu pai, Edward James, vem de uma família de sangue-puro, que abomina mestiços, nascidos-trouxas e traidores do sangue. Cursou Hogwarts na Sonserina, onde conheceu a bela jovem que mais tarde se tornaria sua esposa, Christine Touney, que foi muito bem acolhida pelos James. Conheceram-se no quarto ano, e desde então, não se separaram. Iniciaram um relacionamento sério na metade do sexto ano, formaram-se com louvor, e três anos depois, se casaram.

Com um ano de casamento, veio a surpresa: uma herdeira iluminaria a vida do casal. Bonnie já era muito amada antes mesmo de nascer. Quando veio ao mundo então, os pais não mediram esforços para mimá-la de todas as maneiras possíveis e imagináveis, e também transmitiram seus ideais para a filha. Desde pequena ela acreditou que os bruxos são seres superiores e que mestiços, nascidos-trouxas e traidores do sangue merecem sua repulsa e desprezo.

Aos sete anos, já era extremamente inteligente para uma menina da idade dela. Seu passatempo favorito era passar as tardes perdida dentro da vasta biblioteca da família. Seus títulos favoritos eram sobre Poções e História da Magia, os quais pedia para o pai ler, coisa que Edward fazia repleto de orgulho. Certa vez, não achou seu exemplar preferido sobre História da Magia, e teve o seu pior ataque de mau gênio. Não quis comer e chorou até quase se desidratar. Estava chorando no patamar da escada, quando o livro materializou-se ao seu lado. Foi o seu primeiro traço de magia. De onde o livro veio, talvez nunca cheguemos a saber.

Mas o que ela não sabia (e os pais nunca a contariam), é que Edward e Christine eram procurados por crimes contra trouxas, inclusive tortura e até assassinato. Quando Bonnie já estava com onze anos, faltando apenas uma semana para entrar em Hogwarts, ouviam-se botas chapinhando na grama molhada pela chuva torrecial que caía. Christine espiou pela janela, e a pouca cor que existia em seu rosto sumiu; com um sussurro rouco, ela disse ao marido, que entretia a filha com um feitiço que disparava fagulhas coloridas, "São eles". Com um traço evidente de desespero no rosto, Edward pegou Bonnie pela mão e disse à ela palavras que até hoje ecoam por sua mente

“Bonnie, aconteça o que acontecer, não saia do andar de cima. Não se esqueça. Nós te amamos.”, dissera ele.

Antes de subir, Edward e Christine abraçam-na forte, um abraço banhado por lágrimas, um abraço repleto de angústia. O pior e melhor abraço de sua vida.
“Agora vá”, sussurraram os dois.

Perguntas atormentavam a cabeça da pequena, mas ela sentia que aquele não era o momento certo para verbalizá-las. Então, com o coração apertado, subiu. Afortunadamente, havia uma fresta entre o piso de madeira, pelo qual ela assistiu à tudo.

O pai tentava proteger a mãe colocando-se em sua frente, evitando à todo custo sequer que olhassem para Christine; em vão. Um dos aurores, impaciente, sacou a varinha, e sem nenhum pudor, lançou a Maldição da Morte em Edward. O coração de Bonnie errou dois compassos ao ver o pai estatelado no chão com os olhos vidrados, morto. Com isso, o caminho dos três estava livre para prender Christine. A última visão de Bonnie da mãe fora a terrível imagem de vê-la sendo carregada, com dificuldade, pois se sacudia e gritava "Não! NÃO! BONNIE!".

Isso foi a desculpa que os aurores precisavam para vasculhar o restante da casa. Os passos estavam cada vez mais próximos, e as lágrimas rolavam livremente pelo rosto de Bonnie. Era como se o mundo de repente tivesse perdido as cores. Algum tempo depois, a garota fechou os olhos. Dormiu um sono demasiado atormentado para servir como descanso. O lampejo verde teimava em aparecer em seus pensamentos.

Acordou na casa dos avós, e desde o acontecido, passou a morar com eles. A avó contou-lhe tudo e encorajou-lhe a usar o triste acontecimento como motivação em Hogwarts. Parecia que se passara um século desde o recebimento da tão esperada carta. A partir daquele dia, ela decidiu isolar-se para evitar se envolver demais com alguma pessoa e depois perdê-la, como aconteceu com os pais. Também decidiu que honraria a memória do pai esforçando-se nas aulas para ser tão inteligente quanto ele. E a mãe... bom, ela tinha um fiozinho de esperança de que ela fosse libertada.

No primeiro ano, teve uma surpresa. Conheceu Samantha Mason e Zachanny Mason, primas desconhecidas, que eram filhas de Harrison James, irmão de Edward que casou-se com Adelle Mason, uma nascida-trouxa e fugiu, temendo uma reação negativa da família. Até hoje, por medida de segurança, Adelle e as meninas não usam o sobrenome James, para que os pais de Harrison não revoltem-se e façam algo de ruim com elas. Aprontou, riu, chorou com elas e suas amigas, April Rosemead e Sofia White. Até que, nas férias do segundo ano, ela vasculhava velhos pertences dos James na casa dos avós e, mergulhando na história da família, percebeu a imensa vergonha que lhe trazia tendo amizade com nascidos trouxas e mestiços; desde então, passou a negar parentesco com Samantha e Zachanny e buscar contato com sangues-puros.

Os avós de Bonnie se procupavam com sua educação, então, selecionaram alguns cursos e lhe disseram para escolher três. Ela escolheu Curso de Alemão, que cursou com doze anos, Curso Avançado em Poções, que cursou com treze, e logo cursará um sobre História da Magia. Mais um leque de opções lhe será aberto quando completar quinze anos.